sexta-feira, 23 de julho de 2010

Saquarema






Poema feito em homenagem à cidade onde não nasci, mas onde muito aprendi e muito me inspirei em frente ao seu mar sagrado. Esse é o único poema que sei de cor ("de coração", "by heart")






Saquarema



Cidade dos mares
Mesmo se contares
Não daria finito

Lugar de bons ares
Ar de bons lugares
Tudo é mais bonito

Vila pequena
Vida serena
Na rua ou nos lares

Pela mãe do bendito
Abençoada é
Tudo nela é questão de fé

Não há raio que parta
Nem vento que derrube
Saquarema de Nazaré!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Computador

"O que faz computações, calculista" (Dicionário contemporâneo da Língua Portuguesa)
Termo antigo, referindo-se a pessoas.

"Máquina destinada ao processamento de dados" (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa)
Novo termo, utilizado para a máquina em questão.

__________

Me assusta, depois de andar de manhã, vendo a paisagem que cerca o Rio,
sentar aqui, ligar a máquina, esperar e abrir a janela de luz artificial.

Me assustam as possibilidades dessa máquina, e me assusta a rapidez de sua evolução.
Me preocupam as milhares de pessoas que nesse momento estão conectadas pelos sites
de relacionamento, enquanto não sabem se expressar para a pessoa que está do lado fisicamente.
Penso na falta de tempo que muitos dizem que tem, penso na ajuda que muitos precisam,
muitos que nem sabem que há campanhas de ajuda para eles na rede.
Não basta dizer #amor pra que ele venha venha pelo sedex 10, com frete grátis.
No mundo real, o lá de fora, a vida é mais difícil. Mas não é só para gozar que viemos para a Terra. Se fosse para isso teriam nos mandado para um lugar melhor.
É lá fora que aprendo a fazer do nosso lugar um lugar melhor, e de mim uma pessoa melhor.
Lá posso escolher para onde olho. Lá não tenho tela em minha frente.

A máquina como ferramenta é uma das maravilhas modernas do ser-humano.
Muito se aprende por ela. Nos mostra a música, a literatura, as dúvidas do dia-a-dia, as receitas, cifras, fotografias, vídeos aos milhares, basta digitar algumas palavras Enter.
É a sublime diferença entre nós e os macacos. O que acontece é que nem os humanos e nem os macacos aprenderam a usá-la como sinto que se deve. Porque antes de usar a máquina, devemos ter ideais. Senão somos dominados facilmente por ela. E como ela se comunica em rede, sou afetado por todas as pessoas que usam a máquina de forma duvidosa.

Aqui, de frente pra janela, as windows que se abrem trazem subwindows de informações desnecessárias para minha vida e interessante para o bolso de alguns.
Coisas impostas não são bem-vindas. O ser humano está capacitado para aprender através do exemplo, da experiência passada com respeito e carinho.
Só a natureza tem o direito de impor. A natureza impõe respeito demonstrando a vida e a união. O homem tenta impor com a força bruta, e está hoje aprendendo a dominar com o entretenimento e alienar usando modos sutis.
Monitores. Redes. Globalização.
Ver Butão no mapa com fotos de satélite não é o mesmo
que pisar em Butão, sentir o ar de Butão, olhar nos olhos de quem mora em Butão.

Cuidado, "internet", vê bem por onde pisa
Nós te dominamos, você não me domina
Gosto de você, mas se controle, por favor,
Se me zango, digo não...
e ah! se o mar virar sertão!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sobre o presente, nosso bem mais precioso

Quanto tempo é preciso?
Tem tempo de pensar, de saber?
Vida?

Viver saber que vive
viver viver apenas
viver borboleta, chinês, macaco, mato

Agora
nosso dever, nossa ira
Passado futuro, lendas.

planos, histórias
quem vive
quem chora
quem olha,
só no agora!

Sangue carece coração
Enlouquece são
Permanece vida

No obscuro achamos verdade
Escondida, renegada, orfã
Escuro-mente, escuro-espírito

Caminhar por cometas
Passear pelos anseios
Glóbulos e Sóis
Tão grandes e pequenos
Gigante, se juntos.

Não há fim para a energia
Na luz tudo há
a todo momento presente.

Palavras tem valor que lhes dão
Mais, nada impõem.




03 de julho 2010
Tiago Bravo Quintes