sexta-feira, 18 de junho de 2010

As minhas aulas já terminaram, mas hoje acordei bem cedo para ver mais um jogo da Copa do Mundo de 2010.
A Alemanha, favorita depois dos 4 a 0 da primeira fase, contra a seleção da Sérvia, jogando pela primeira vez como Sérvia somente (e não mais como Yugoslávia, ou como Sérvia e Montenegro).
A primeira surpresa do dia veio com o gol da Sérvia.
Me distraí do jogo e vim no Twitter ver o que falavam meus seguidos e os "retwettados".
Enquanto lia o micro-blog, vem do narrador do jogo a segunda surpresa: MORRE JOSÉ SARAMAGO.
Sim, letras maiúsculas, como o peso e tamanho deste mestre da palavra, que através da rica língua portuguesa conseguiu transpor em tinta e papel suas idéias e sentimentos, que atravessam o plano terrestre.
Saramago é o escritor que me inspira a escrever. Não que isso seja um elogio, pois eu escrevo praticamente nada. Mas José Saramago é um exemplo. Através de seus livros se nota que, antes de escritor, ele é um ser humano íntegro, sábio, questionador, e irônico.
Ninguém termina um livro do Saramago e sai dele sem um ensinamento para a vida. Suas histórias são experiências, aprendizados, aulas de verdade. Não apenas entretenimento, pura vivência recheada de comentários de um homem observador, e pensador acima de tudo.

Meu desejo é que os livros de José Saramago sejam preservados pelo resto de vida que ainda falta para a humanidade. E que a humanidade conheça seus livros, suas explicações, seus motivos e suas descobertas.
Fico triste, pois não teremos mais livros do José Saramago, além claro dos que já por aí estão. E fica a esperança de que Saramago seja influência de muitos outros, melhores do que ele, que virão e registrarão sua passagem antes de também trocarem de plano.

A terceira surpresa foi a defesa do goleiro Sérvio no pênalti cobrado pela Alemanha. Mas de que importa agora? E de que importava antes?