Peguei um papel para escrever, e era um papel de rascunho da TV. No verso da parte branca dizia que "a domicílio" se usa na idéia de movimento. "Enviarei a domicílio seus papéis". E "em domicílio" é usado sem a idéia de movimento. Exemplo: "Damos aula particular em domicílio".
Olhei para o lado branco do papel e percebi como é bom LER, sempre e ao acaso, pois dessa maneira aprendemos, sempre, e ao acaso.
Lendo se aprende a ESCREVER, a passar a idéia que se quer, e evitar o entendimento que não quer. E mais além, ler nos faz compreender a nós , hoje e ontem, presente e passado. Para assim projetarmos e construirmos um futuro, com sabedoria e inteligência, com experiência universal e esperteza agregados.
E para quê escrever sem leitores? Para nos compreendermos como alma e pessoa, talvez. Mas confesso que escrevo, por exemplo estas palavras, imaginando leitores, e chego a pensar em pessoas que provavelmente lerão de fato.
Por esse motivo é que não quero deixar minhas palavras somente nesses garranchos rápidos, em tinta azul sujando a folha branquinha e sem pauta.
Se tratando de abrangência de leitores, a teia de bytes é hoje uma maneira rápida, interativa e imediata comparada à palavra impressa. Diria até ecológica, mas ainda carecemos de mais sabedoria na questão de como se tratar a indústria e a matéria (computadores e logística de internet, nesse caso).
Caminhamos para frente, e nesse caminho aprendemos a pensar, analisar, e criar. Tudo em prol da E-volução. Conscientemente evoluímos mais rápido, mas a evolução também acontece insconscientemente, só que num passo bem mais lento...
Então tomemos consciência, pois o pensamento egoísta ainda é muito grande, e na cadeia de consequências que isso traz está a falta de acesso à educação (escolar, familiar ou cultural).
Por isso penso que se tenho acesso a livros, filmes, músicas... vou interpretá-los o máximo que puder e já que minha religião é escrever, tento passar com a escrita tudo o que observei e absorvi.
Eu quero ser lido, sim. Mas quero ler muito mais!
A leitura exercita e expande a imaginação do ser humano.
E estimula a capacidade de sentir e compreender.
Os soldados de Hitler queimaram livros.
Hoje, a maioria dos jovens que vejo não se interessam por eles.
[ Figura: Capa da primeira edição de "Cândido, ou o Otimismo" de Voltaire ]